Ititioca: as marcas da destruição um ano depois da tragédia |
Presidente da associação de moradores do local na época, dona Ciara lembra muito bem do dia da tragédia. Chovia muito, as luzes de sua casa piscavam. Tocou o telefone: era sua irmã, com medo que sua casa desabasse. Dona Ciara saiu correndo para ajudar. Na volta, foi abordada por uma mulher com três filhas, cuja casa acabara de cair. Não pensou duas vezes: pegou a chave da secretaria da creche do bairro e levou a família para lá. Cada vez mais desabrigados iam chegando – não só dali, mas também dos morros do Céu e do Bumba, onde a destruição foi maior. No fim da noite já eram cerca de 50 famílias.
Dona Ciara contou os momentos que passou na escola com os desabrigados e as dificuldades que enfrentaram e ainda enfrentam aqueles que perderam suas casas e até mesmo parentes e amigos. Disse que a Defesa Civil só veio a Ititioca depois que ela e outros moradores foram à prefeitura implorar, após aproximadamente 20 dias. Os desabrigados receberam um laudo e a interdição das moradias, mas nada foi feito. Nem a derrubada ou um tipo de auxílio para a construção de novas casas. É como se todos estivessem parados no tempo. Nada mudou.
Dona Ciara, presidente da associação de moradores de Ititioca |
Assista ao depoimento de Dona Ciara ao Depois da Chuva:
0 comentários:
Postar um comentário