terça-feira, 25 de novembro de 2014

Refugiados em um mundo de conflitos

A situação de quem fugiu do país para buscar uma vida melhor no Rio de Janeiro

Por Camila Martins

Há seis anos, Charly Kongo chegou ao Rio de Janeiro em busca de paz. Nascido na República Democrática do Congo, Charly, aos 27 anos, se viu ameaçado pela guerra civil no país, onde sofria repressão e privação de liberdade expressão. A República Democrática do Congo vive uma séria crise humanitária desde o final da década de 90, e em quase duas décadas os confrontos já deixaram cerca de seis milhões de mortos. “Só esperava sair de lá, como todo ser humano gostaria de ter uma vida melhor. Se não for aqui, na minha terra, em qualquer lugar, vou esperar a mesma coisa, uma vida melhor”, explica o congolês.

Charly, em busca de uma vida melhor no Brasil, embora tenha sofrido preconceitos

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Niterói planeja construir 8.936 casas populares

Os programas de habitação de interesse social buscam reduzir um déficit de 15 mil moradias no município. Apesar da expectativa do poder público, o terreno acidentado da cidade, a pouca infraestrutura das regiões que receberão as habitações e a necessidade de planejamento urbanístico são os principais obstáculos dos programas “Morar Melhor” e “Minha Casa, Minha Vida”


Por Lizandra Machado


O município de Niterói planeja construir 8.936 unidades habitacionais por meio dos programas Morar Melhor e Minha Casa, Minha Vida (MCMV). As famílias que vivem em áreas de risco e as que recebem aluguel social terão prioridade para morar nas novas unidades. Os investimentos totais serão de cerca de R$ 375 milhões, segundo a vereadora Verônica Lima (PT), presidente da Comissão de Habitação Popular e Regularização Fundiária da Câmara de Vereadores de Niterói.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Perímetro da Gentrificação: comunidade do Horto luta contra as remoções


Arte de ildo nascimento sobre foto de Sheila Jacob, http://www.brasildefato.com.br/node/12232

Moradores do Horto, bairro com mais de 200 anos de história no Rio de Janeiro, criticam novo perímetro de proteção do Jardim Botânico e defendem regularização fundiária para garantir a permanência de 520 famílias no bairro



Por Gabriel Oliveira
 
Décadas de luta pela garantia do direito à moradia e preservação da memória de uma comunidade com mais de 200 anos. A história dos moradores do Horto Florestal do Jardim Botânico data do começo do século XIX, quando D. João VI ordenou a construção da Fábrica de Pólvora do Rio de Janeiro e do próprio Jardim Botânico, em 1808. Escravos e trabalhadores livres participaram de ambas as construções e obtiveram, à época, a concessão de terrenos para a construção de casas próximas ao local de trabalho. Desta forma, surge uma comunidade que faz parte da construção do Rio de Janeiro e hoje está ameaçada pelo processo de gentrificação que se espalha em diversos pontos de valorização imobiliária da cidade.
 
Esta batalha travada pelos moradores da comunidade – em sua maioria descendentes dos escravos e trabalhadores que lá construíram as primeiras moradias – se intensificou nos anos 80, quando o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal iniciou as tentativas de retirada das famílias que lá viviam. As lideranças comunitárias da época tiveram papel determinante para a permanência dos moradores. Hoje, cerca de 520 famílias (que correspondem a 80% de toda a população do Horto) correm o mesmo risco, especialmente após a nova demarcação da área de proteção ambiental do Jardim Botânico, sancionada em 7 de maio de 2013 pela ministra do Meio Ambiente Izabel Teixeira.