terça-feira, 26 de março de 2013

Por Julianna Prado 

Já era tarde da noite, por volta das 22h. Chovia e ventava bastante naquela quarta-feira, dia 7 de abril de 2010. A diarista Leandra Maria de Oliveira, 40, já estava em casa com o marido, paraplégico, quando se preparava para dormir. Quando a chuva começou a ficar mais intensa, Leandra recebeu a ligação de uma sobrinha que avisara que o morro estava caindo. Foi aí que a sua vida se tornou um pesadelo.

Leandra morava com o marido e mais cinco filhos na época em que houve o deslizamento do Morro do Bumba, em Niterói, tragédia que matou 169 pessoas na cidade e deixou mais de 13 mil desabrigados. Natural de Volta Redonda, a diarista morava havia 16 anos no morro e nunca tinha presenciado algo tão tenebroso como naquela noite.

sexta-feira, 22 de março de 2013


Por Marcio de Souza Castilho 

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro, especialmente a Região Serrana, no último domingo, dia 17 de março, mostraram mais uma vez a incapacidade do poder público de mudar o roteiro de uma tragédia anunciada. Em Petrópolis, onde vivem 138 mil moradores em 132 áreas de risco, o temporal já provocou a morte de 27 pessoas, deixando cerca de 1,5 mil moradores desalojados e desabrigados. Até a noite de terça, dia 19, equipes do Corpo de Bombeiros ainda buscavam desaparecidos. 

Tão previsível quanto às tragédias de verão, a imprensa deu ampla cobertura ao tema. Como de hábito, não faltaram matérias trazendo o relato das vítimas, a dor dos familiares, os trabalhos das equipes de resgate, a opinião de especialistas, a declaração de autoridades e a memória de outros desastres naturais no Rio que deixaram um rastro de sofrimento, perplexidade e indignação. Não é preciso voltar tanto no tempo para evidenciar que o problema é recorrente. Na mesma região, em janeiro de 2011, as chuvas nos municípios da serra fluminense causaram mais de 900 mortes e deixaram outras centenas de desaparecidos. A tragédia foi considerada a maior catástrofe climática da história do país. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013


Luciano Ratamero, ex-aluno de Jornalismo da UFF, apresentou Trabalho de Conclusão de Curso sobre a tragédia das chuvas 

Por Alan Pestre

As chuvas que devastaram diversas áreas da região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, foram tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), em Jornalismo, de Luciano Ratamero, defendido no final do primeiro semestre de 2012. Natural de Nova Friburgo, onde morou até seu ingresso na UFF, em 2008, ele estava em São Pedro da Serra, distrito friburguense, nos dias 11 e 12 de janeiro, quando começaram as tempestades. Considerada a maior catástrofe climática da história do país, as chuvas causaram mais de 900 mortes. Apenas em Friburgo, foram registradas 451 vítimas e mais de uma centena de desaparecidos.

sábado, 26 de janeiro de 2013


Seminário na UFF discute importância da conscientização 
da sociedade para minimizar riscos

Por Fernanda Costantino

A temporada de chuvas no Rio de Janeiro está de volta e com ela os velhos problemas. Na madrugada de 3 de janeiro, o distrito de Xerém, em Duque de Caxias, foi o mais afetado por inundações. Duas pessoas morreram e cerca de 1,2 mil pessoas ficaram desalojadas. Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, 150 imóveis deverão ser demolidos. Além do distrito, Angra dos Reis, no Sul do Estado, e Nova Friburgo e Teresópolis, na Região Serrana, também enfrentaram problemas decorrentes das fortes chuvas do início do ano.

No Seminário Desastres Naturais, realizado no Instituto de Geociências da UFF, em 14 de dezembro passado, o major Gil Kempers, diretor do Centro Estadual de Administração de Desastres, admite que a Defesa Civil por muito tempo só trabalhou com as respostas aos desastres. “Antes a preocupação era quase apenas ‘catar os corpos’. Hoje, já há a visão do pré-evento. Com a iminência de um desastre, a Defesa Civil já trabalha e avisa a população”. O major vê a nova atitude como uma mudança cultural, mas toda a sociedade deve ser conscientizada sobre os riscos.